Metodologia de Trabalho

O CDES Direitos Humanos desenvolve as suas ações partindo do princípio de que a garantia dos direitos humanos se dá através de processos sociais de luta, e neste sentido toma como estratégica a instrumentalização da luta  das populações vulneráveis

A Pesquisa social, aplicada ou militante orienta o trabalho. Trata-se de uma ferramenta que tem por objetivo mapeamentos, diagnósticos, mensuração, interpretação e análise de dados. A produção do conhecimento também é uma arena em disputa e neste contexto a pesquisa militante surge como uma técnica importante de produção do conhecimento para ações que visam a garantia de direitos.

A Formação é parte do caminho para a autonomia. O CDES parte do pressuposto que a ação capacita e que o processo é o formador. Nesta perspectiva, promove de maneira complementar atividades didáticas que buscam sensibilizar, informar e qualificar as populações.

A instrumentalização técnica vem através do assessoramento multidisciplinar, jurídico, urbano e social, que ofertam para as populações subsídios para a defesa, promoção e efetivação dos seus direitos.

Essas ferramentas são utilizadas pelo CDES de forma articulada e por vezes estão associadas à ações de incidência que tem por objetivo provocar atores políticos e sociais para a garantia de direitos ligado à terra e à moradia, ou ainda como forma de denunciar e dar visibilidade para as violações aos direitos humanos que decorrem dos conflitos fundiários, dos processos de reassentamentos e de gentrificação.

Acreditamos que a promoção da justiça nas cidades parte de uma ação transformadora que articule teoria e prática, pesquisador/técnico e movimento popular.

Pesquisa Militante

O CDES Direitos Humanos acredita que a promoção da justiça nas cidades parte de uma ação transformadora que articule teoria e prática, pesquisador/técnico e movimento popular. Nesta perspectiva realiza pesquisas sobre temas que interessam para a defesa e promoção dos DHESC e levantamentos de dados que tem por objetivo instrumentalizar os casos apoiados. O conhecimento que emerge do encontro entre teoria e prática é central nas ações de incidência e de resistência das populações. Ações essas que podem ser traduzidas em missões, audiências públicas ou produção das peças técnicas necessárias para a defesa das comunidades vítimas das violações.

foto:
Missão do Tribunal Internacional de Despejos – AIH Salvador / BA
Acervo CDES

Formação para Resistência

A formação para a resistência é uma ferramenta estratégica do CDES Diretos Humanos. Ela fundamenta-se na transferência de um saber técnico que é necessário para que as populações que sofrem violações possam lutar de maneira empoderada pelos seus direitos. O CDES defende o amplo conhecimento, por parte destas populações, do rol de direitos e garantias que amparam a sua defesa e as alternativas possíveis para a  enfrentar as violações.

O CDES Direitos Humanos propõe também a discussão de experiências parecidas as vivenciadas pelas comunidades esperando que a troca e o conhecimento sobre outras vivências possa produzir um saber compartilhado que fortaleça as resistências.

Foto: Rio Grande/RS
Acervo CDES

Assistência Técnico-Jurídica

O CDES Direitos Humanos atua também dando apoio técnico para áreas em conflitos mediante assessoria jurídica popular, elaboração de planejamento alternativo popular entre outros. Essa atuação está direcionada às ocupações urbanas e assentamentos informais que estão ameaçadas de remoção.

foto: Acervo CDES

Incidência

A incidência é utilizada pelo CDES Direitos Humanos com a finalidade de dar apoio às lutas e às resistências nos âmbito institucional e político. Essa ferramenta permite dar visibilidade às situações de violações mediante realização de audiências públicas para promoção de mediações ou busca de alternativas que não seja o cometimento de mais e mais violações aos direitos humanos. A incidência é utilizada também no sentido de introduzir no marco jurídico nacional as leis e tratados internacionais de direitos humanos que protegem os indivíduos e comunidades contra os despejos.

foto: Acervo CDES